quinta-feira, 17 de março de 2011

Unhappy Days

depois de toda tempestade e ímpeto só me resta a apatia.
estou cansando de viver assim.
de ficar tão apática a ponto de não saber qual a próxima coisa que devo fazer.
alguém me indica um caminho?
esse aqui desmoronou

Pra dentro

Eu busco te olhar pra ver se eu caio dentro de você.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Por onde andam os adultos??

Essa espécie parece estar entrando em extinção.
Vejo as pessoas que já estão no seu um quarto de século voltarem a sua adolescência.
Tem funcionado mais ou menos assim, nos formamos, trabalhamos, saímos da casa de nossos pais, arranjamos namorados, e todo final de semana saímos em busca de festas, em busca de conhecer pessoas novas, ficar com pessoas diferentes.[namoro é coisa séria que não mais nos cabe, apenas durante os dias da semana]
Não nos contentamos mais com a mesmice do dia e da noite, não queremos ficar apenas sentados em bares discutindo literatura ou banalidades, porque nós já temos a capacidade de falar de todos os assuntos, mas nada nos interessa.
Ouvimos musica de artistas que também já passaram do seu um quarto de século falarem sobre o tal "teenage dream" e aparentemente é isso que estamos atrás, seja lá o que isso signifique.
A única coisa que consigo perceber é que depois de cumprirmos nossos deveres de filhos, termos nossa independência financeira, algo ainda é desejado, algo ainda não foi vivido.
Deve ser a conseqüência de sermos a geração que nada fez, que não teve ideais, que não lutou por seus direitos a um futuro melhor.
Estamos eternamente presos na ilusão de qua a adolescencia é a melhor fase, uma vida adulta não nos atrai em nada.
Uma crise indissolúvel.
Como disse Beckett, I can’t go on. And I won’t go on.



segunda-feira, 7 de março de 2011

Babe I'm Gonna Leave You

Ir embora não é fácil.
É preciso abrir mão de muitas lembranças até que elas não doam mais.
É preciso apagar todos os contatos pra não correr o risco de mandar mensagens ou telefonar no primeiro impulso, depois do primeiro sonho, da primeira crise
É preciso estar decidido a realmente ir embora. E isso dói.
Não ter despedidas também. Apenas seguir caminhando para o lado oposto sem olhar pra trás é algo que incomoda. E torna o ir embora mais difícil.
Então você começa a escrever cartas, bilhetes, frases, mensagens - que jamais serão enviadas, que jamais chegarão ao seu destino. E você nem gostaria que chegassem. mas precisa disso para aliviar todo esse peso, todo o vazio que toma conta daquele espaço antes preenchido com tanto --
De repente você se vê criando diálogos imaginários em sua mente por não saber lidar com esse vazio. para fazer de conta que não está sozinho.
por muito tempo.
.
Chegou o dia em que isso tudo parou de doer. E hoje é a última vez que escrevo sobre você.
Agora já não faz mais diferença. Hoje eu enterrei todos os meus fantasmas.
Em outras palvras, definitivamente estou indo embora.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A Senhorita X afirma que não tem mais cérebro nem nervos nem peito nem estômago nem tripas, somente lhe restam a pele e os ossos do corpo desorganizado, são essas suas próprias expressões.

(Mille plateaux - Capitalisme et schizophrénie - Gilles Deleuze, Félix Guattari)