quinta-feira, 30 de julho de 2009

Precisamos de Cola-Cola para dançar?


Praças circulares, gramados em desnível, ruelas estreitas e becos sem saída. Lançados ao acaso e à tensão vivificadora das ruas, dois dançarinos e um grupo de artistas performáticos dão início aos primeiros movimentos de uma cena coreográfica solta, improvisada, atraente e livre de academicismos. Em poucos minutos, pedestres, garis, carroceiros, mendigos e trabalhadores - potenciais espectadores - cessam o seu próprio movimento e aglomeram-se curiosos em torno do mais novo espaço criado para a dança. A cena urbana faz parte do documentário Precisamos de Cola-Cola para dançar?
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À frente dele está o nigeriano Qudus Onikeku, ganhador do prêmio de Bailarino do Ano pela Future Awards 2009 (Nigéria), que aos 17 anos partiu para a França, onde se graduou na Escola Superior Nacional de Artes Circenses, tendo se formado como bailarino e acrobata com bolsa integral do governo francês. Simultaneamente à sua graduação, ele foi artista residente da Gongbeat Artes, em Lagos, onde nasceu. Seis anos mais tarde, no processo de retorno à sua própria cultura africana, deparou-se com dificuldades e questões envolvendo o papel da arte e da dança no contexto atual.
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Dono de uma linguagem corporal formada por elementos da capoeira, do circo e da dança de rua de Lagos, Qudus levou a dança contemporânea livre de estereótipos para espaços não-convencionais, locais onde a crescente rede de arte dificilmente chega, contribuindo para a formação de iniciativas locais.
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“Este projeto é primeiramente uma solução imaginada para uma questão altamente pessoal, que incomodava minha alma enquanto um jovem criador africano e quebra as barreiras entre o artista e seu público e vice-versa”, diz Qudus. “Acredito que existe uma conexão poderosa entre artistas e ativistas de direitos humanos. Os dois se levantam contra o status quo para dizer o que deve ser dito em nome da humanidade”, afirma. Vale a pena acompanhar o trajeto deste jovem artista e a continuidade de suas ações no crescente espaço dedicado à performance urbana em países como África e Brasil."
*Por Deborah Rocha ( idança.net)

Estes Carrinhos apoiam a dança ambulante.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Você pega as suas feridas e faz um desenho bonito com elas.


Eu tentei curativos e submersão
Eu tentei luvas e até mesmo pensar
Eu tentei vaselina
Eu tentei tudo

E ninguém liga se suas costas estão sangrando.

Porque algum lugar deles também sangra, pode não ser as costas, pode ser um dedão, os joelhos, as escapulas, o baço, os rins, ou qualquer-merda-de-lugar que sangre, alguma coisa sempre dói, sempre sangra.

E você nem liga se as pessoas estão sangrando.

Por que as suas costas sempre vão sangrar mais que a dos outros, o seu sangue sempre será mais vermelhinho, suas feridas sempre serão as mais doloridas.

Olhando para trás foi tudo maltratado.

Coloque as suas mãos juntas e elas vão doer.


Coloque as suas mãos juntas e elas vão doer.


Faz-me querer dar uma surra na humanidade.









Faz-me querer dar uma surra em mim mesmo.

*trechos:
The Dresden Dolls
Mary Alien
*Imagem: Amanda Palmer e Neil Gaiman.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Manifesto Banksy




Quase chega a ser cliche falar deste artista, mas ainda acho pior nao cita-lo.

Banksy é um artista de rua inglês,que faz trabalhos em stencil. Até hoje sua identidade não foi revelada.
Os temas de seu trabalho são autoridade e poder.
Tem intervido (acho que este seria o melhor verbo dedicado a ele) não apenas na Inglaterra e outros lugares da europa como nos EUA, principalmente em NY.

Acho que o manifesto em seu site fala por sua obra:

When I was a kid I used to pray every night for a new bicycle.
Then I realised God doesn’t work that way, so I stole
one and prayed for forgiveness.

- Emo Philips

"Quando era criança eu costumava rezar toda noite por uma nova bicicleta.
Então eu percebi que Deus não funciona assim, então eu roubei uma bicicleta e rezei por perdão."

Plano para não carregar mais...

Não quero mais carregar o peso de um mundo, o peso da uma existência, quero esvaziar meu carrinho, quero jogar fora todo o lixo que colocaram dentro dele, todo conceito pronto, toda ideia já sabida, todo comércio fugaz, todo o mundo que não para!
Que não para de encher os carrinhos, com mais futilidades, com mais hipocrisias, com mais informações.
Não quero mais carregar o mundo sem saber o peso dele, sem ter tempo para apreciá-lo, senti-lo, cheirá-lo, degustá-lo, vê-lo, e aí sim, colocá-lo no meu carrinho. Cheio de cores, cheio de vida.
Vou parar meu carrinho aqui, em meio à velocidade da cidade, no meio do “vuco-vuco”, no meio das pessoas que correm com seus carrinhos, sem saber pra onde, sem saber para quê, sem saber por quê.
Ele vai ficar aqui, quieto, esperando... esperando a chuva, o sorriso, o sol, o choro, a neve, o inverno, um chocolate? A primavera, as flores, as cores, a cidade! Esperando um amor! Porque não? Carrinhos também podem! Carrinhos podem o que quiser

Carrinhos! “Ex-vaziem–se”! Sejam livres! Sejam vivos!

sábado, 11 de julho de 2009

Intervenção brega




Estes carrinhos apoiam a breguice.

Eu sou um carrinho colorido e você?

Existe algo a ser expelido, é tipo uma massa de várias cores, tipo uma gosminha, quase um vômito, mas não! Não é!
É simplesmente uma vontade, uma ânsia de jogar essa mistura colorida para a vida, para as coisas, para o mundo! Para que ele veja essas cores tão bonitas, e que até então são desconhecidas, cores novas que saem de dentro de mim, e que cheiram, tem gosto, som e movimento.
Ela é a mistura de tudo que sou eu, que pegou a cor de tudo que é você, e agora tem uma cor especial, distinta, jamais vista!
E precisa ser compartilhada, ser vista, sentida, experimentada! Pois com o contato dessa mistura de cores minhas, suas, nossas, surgiram mais cores, mais bonitas, mais distintas, mais nossas.

Estes Carrinhos apoiam um mundo mais colorido!

sábado, 4 de julho de 2009

Carrinhos coloridos



Antes de mais nada aviso, este post não esta relacionado a questões raciais.
Todo mundo tem uma cor favorita, mesmo que você fale que não, existem cores que você simplesmente prefere ou não se sente bem.
Quando crianças pensamos como seria legal ser de outra cor, e já pensamos em cores como azul, verde, cor de rosa. E hipocritamente temos "estranhezas" ao vermos pessoas que tem tons diferentes dos nossos. Os indios, os indianos, os japoneses,bons exemplos de "tons" de pele diferentes, mas fugindo da raça...
As pessoas gostam de buscar o diferente, buscam mudar cores de cabelo, isso ninguem mais estranha [talvez os mais conservadores]. Mas algumas pessoas tem o habito de mudar de cor, falo aqui de bronzeamento artificial. Diretamente daquele com spray, mais comum nos EUA.
A questão é, até onde mudar de cor é legal?
As pessoas deviam rever seus conceitos sobre cor...
se podemos ser laranja, podemos ser verde, podemos ser azul, podemos ser púrpura!
Não sejam hipócritas com as escolhas individuais
mas se você escolheu ser assim, então assuma quem você é!
Um carrinho é sempre um carrinho, onde quer que ele esteja.