quarta-feira, 8 de julho de 2015

já nem sei há quanto tempo eu não dançava.

uma sequência simples de movimentos orgânicos faz toda a diferença.
é só diminuir o ritmo.
é só mudar o foco.
tudo o que você precisa é de um pouco de amor.
e de ar. 
boatos de que a arte nunca vem da felicidade mas hoje estou feliz e hoje eu dancei.

terça-feira, 7 de julho de 2015

crise

um buraco no meio do peito
não.
é mais como se algo tivesse me sufocando
não.
acho que não consigo explicar
parece que as palavras fogem de mim
eu me sinto tão perdida
minha garganta voltou a doer e ainda sim eu não consigo falar
acho que não consigo explicar
eu nunca sei o que dizer e também não consigo escrever
eu tenho essa sensação de estar paralisada mas a vida continuar acontecendo
não.
é mais como se fosse uma anestesia
não.
acho que não consigo explicar
eu não consigo juntar palavras em uma sequência onde elas façam sentido
eu queria poder gritar até não ter mais voz
e o mais perto que consigo chegar disso é chorar compulsivamente
não.
definitivamente o calor não está me fazendo bem.

terça-feira, 19 de maio de 2015

é tudo sobre saudade.

É sempre a mesma coisa.
Quando não entendo o que as pessoas falam
saudade
Quando entendo o que as pessoas falam
saudade
Quando saio na certeza de não encontrar nenhum conhecido na rua
saudade
Quando leio um livro, quando eu vou pro bar
saudade
Quando chove, quando faz sol, quando faz sol com frio, quando o dia tá cinza
saudade saudade saudade saudade
Quando choro de rir
saudade
Quando vejo pessoas parecidas com pessoas que eu amo
saudade
Quando comento fotos, quando saio pedalar, quando pego o metrô, quando assisto séries, quando danço.
saudade
Quando me entedio, quando cozinho, quando vou ao mercado. Quando tomo banho, pinto o cabelo, calço o tênis. Quando acordo, quando não durmo, quando escrevo, quando escrevo textos ruins, quando desenho alguma foto, quando não sei conjugar um verbo, quando não consigo mensurar o que eu sinto.
saudade
Quando vejo cachorros na rua, quando separo o lixo, quando canto a música mais brega que consigo lembrar.
saudade
Quando rio da sonoridade das palavras ou quando algum feriado não faz sentido
saudade

Quando me dou conta que me sinto em casa.

É sempre a mesma sensação de pertencer a esse lugar mas não exatamente.
É sempre a mesma coisa.
É tudo sobre Heimweh.



sexta-feira, 6 de março de 2015

Pílulas brilhantes para aproximação intercontinental



Não confunda com lantejoulas ou confetes. 
Em cidades cinzas pílulas brilhantes são recomendadas  para alongar corações frouxos. 
Recomenda-se contato alheio para melhor funcionamento das mesmas.



Semy Monastier apresenta uma performance que te convida a juntar-se a ela e dançar toda a purpurina do seu corpo. 
Domingo, 8 de Março a partir das 19h dentro das festividades de 3 anos da Casa Selvática 
ENTRADA FRANCA! 



segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"Exilados são pessoas desenraizadas que buscam desenraizar tudo à sua volta  para criar raízes. Fazem isso espontaneamente. O mesmo processo ocorre com os vegetais, o que pode ser observado quando se replanta uma árvore. Ocasionalmente, o exilado terá consciência do lado vegetal/vegetativo do seu exílio. Talvez ele descubra que o ser humano não é uma árvore. E que a dignidade humana consiste precisamente em não ter raízes. Que o ser torna-se humano somente quando arranca as raízes de vegetal que o prendem à terra. Existe uma palavra negativa em alemão: Luftmensch (literalmente, pessoa aérea). O exilado talvez descubra que ar e espírito são conceitos muito próximos e que Luftmensch talvez signifique pura e simplesmente humano."



*trecho do ensaio "Exílio e criatividade" retirado de "The Freedom of  the migrant", de Vislém Flusser.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Renata


Criminal Queer - Partidas, histórias, elas não são para amanhã. E as vozes, da onde quer que elas venham, não há vida nelas.

LS - Há apenas eu, eu que não sou, ali onde estou. E só. Palavras, ele diz que sabe que são palavras.



Evoé.